A produção é norte-americana, o roteiro é baseado no livro de um escritor colombiano, a trama se passa numa cidadezinha imaginária da América do Sul, o diretor é inglês e o casal de protagonistas é vivido por um espanhol e uma italiana (com ambos falando um inglês macarrônico). É claro que não é regra que uma combinação esdrúxula dessas necessariamente teria de resultar em um mau filme, mas no caso de “O Amor nos Tempos de Cólera” toda essa confusa combinação de elementos acabou implicando numa obra sem vida e de personalidade nula. A bonita fotografia e a trilha sonora até tem seus encantos, mas não fazem com que a narrativa perca o seu excessivo ranço acadêmico. Confesso que não li o livro de Gabriel Garcia Márquez, mas a trama do livro, digna de uma novela das 8, não me estimulou nem um pouco a ler ao mesmo. É irritante também a forma caricatural com que Mike Newell retrata personagens e situações, tirando dos mesmos quaisquer traços de humanidade e consistência dramática. Tudo no filme é vazio e contaminado por um exotismo para anglo-saxões se deslumbrarem.
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